Leia abaixo a entrevista realizada pelo portal Lagoinha.com a respeito da nossa irmã Izabel Lina.
Um testemunho para edificar a nossa vida e glorificar o nome do Senhor.
“Ela não andou até os 33 anos, mas hoje dança para
Jesus”
Conheça a bela história de perseverança da
portadora de deficiência visual Izabel Lima da Silva, uma das dançarinas do
ministério DNA da Igreja Batista da Lagoinha.
“Quando ainda era criança sofri com alguns nódulos
no cérebro e, por isso, tive que passar por uma cirurgia. Durante a intervenção
médica ocorreu um erro dos cirurgiões que equivocadamente cortaram meu nervo
ótico. Por causa do incidente, desde os sete anos de idade fiquei com a visão
completamente prejudicada.
A
situação se tornou ainda mais crítica pelo fato de ser muito tímida. Raramente
saia de casa e, por isso, minhas pernas e braços começaram a atrofiar. Comecei
a perder os movimentos, ou me movia vagarosamente com o auxílio da minha mãe.
Os dias estavam cada vez mais difíceis e me vi em uma completa depressão.
Cheguei a pesar quase 100 kg na adolescência.A tristeza e o sentimento de rejeição faziam parte de mim. Cheguei a tentar suicídio três vezes. Lembro que em uma das tentativas procurei colocar fogo no meu próprio corpo, mas apenas minhas pernas queimaram. Também tomei comprimidos, mas parecia que Deus estava impedindo que a catástrofe acontecesse.
O problema continuou e fiquei sem andar até os 33 anos de idade, quando procurei o centro de auxílio a portadores de necessidades especiais, localizado à Rua Augusto de Lima esquina com contorno, Belo Horizonte (MG). Ali comecei a treinar meus movimentos e lentamente passei a dar alguns passos. Aprendi Braile e comecei a fazer supletivo. Embora estivesse treinando, percebia que não estava alcançando muito êxito e passei a participar de corridas.
No começo só fazia leves caminhadas. Com o tempo, passei a participar de competições para estimular meus movimentos. Recordo que a minha primeira competição foi de 800 metros. Participei apenas para treinar, no entanto cheguei em segundo lugar.
A posição me estimulou a treinar muito e comecei a competir em disputas de 5 km, 10 km e 42 km. Já fiz 13 maratonas e em todas elas cheguei ao primeiro lugar. Cheguei a receber o prêmio como a única deficiente visual brasileira a completar 13 maratonas. Também participei de competições em outros países como Paraguai e Argentina.
Em todas as atividades fui patrocinada pela Fundação Cefet Minas. Mesmo com os prêmios e as conquistas sentia um vazio muito grande. Embora tivesse conhecido outros deficientes visuais, tinha a sensação de que era a única com uma situação assim, me via como uma pessoa inútil. A depressão parecia me consumir e nada resolvia a angustia que me perturbava.
Uma das minhas companheiras de corrida me deu uma Bíblia em braile. Passei a ler os textos e comecei a ter interesse em ir à igreja. Comentei com algumas pessoas sobre visitar a Lagoinha, mas me desestimulavam dizendo que o local era muito perigoso para uma portadora de necessidade visual.
Contudo, um dia estava aguardando o ônibus e a pastora Maria Geralda, líder do Ministério Siloé, vendo que eu era cega me convidou para participar de uma das atividades do grupo.
Os pastores me ligaram e resolvi participar de uma Célula do Siloé. Com as minhas idas no pequeno grupo tomei outra decisão, ir ao culto da Lagoinha. Era o último culto do ano de 2011, liderado pelo pastor Márcio Valadão, quando coloquei os pés na Lagoinha. Enquanto ouvia a mensagem pensei comigo mesma. “Parece que esse moço sabe da minha vida toda.” Ele dizia que Deus se importava conosco.
No mesmo momento pensei: “Deus não se importa com cegos”, mas ele dizia enfaticamente: “Deus se importa com você”. Aquela frase começou a estremecer tudo dentro de mim e sem que eu pudesse me conter, levantei as mãos me entregando a Jesus. Ele começou a mudar tudo dentro de mim, curar os meus medos e me fazer sonhar novamente. Comecei a ter projetos e alvos ministeriais.
Durante a minha caminhada na fé, o pessoal do
ministério Siloé me indicou para participar do grupo de dança, mas jamais
imaginei que isso era possível. Um cego dançar? Mas como Deus sempre nos
surpreende me vi com roupas de dança. No começo foi tudo muito difícil e até
hoje encontro dificuldades, mas tenho tido pessoas ao meu lado pessoas que me
ensinam com muito amor como a Maury.
Hoje estou no segundo ano do Carisma e tenho o grande sonho em fazer missões na África. Se me perguntar como, com certeza não terei a resposta, mas Deus como sempre saberá como tornar realidade o impossível.”
Izabel Lima da Silva
Texto : Érica Fernandes
Fonte: lagoinha.com
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